quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Entrevistas: Dead Poets

Dead Poets - Foto: Divulgação
Porque o nome escolhido da banda foi "Dead Poets" ?
Marquinhos - O nome foi baseado no filme "Dead Poets Society".

O grupo surgiu na década de 90, precisamente em 1994, marcando registro na cidade de Fortaleza nessa época. Conta como se deu esse surgimento.
Marquinhos - Todos nós estudávamos no Colégio Marista Cearense, o surgimento da banda se deu por lá, mas até então eu não conhecia a galera ainda. Acabamos que nos encontrando em alguns shows do Dago Red e do Velouria

Tempos depois foi marcado um show da banda em um festival chamado "Fortaleza Não!" no finado Qualquer Coisa Bar, no Benfica; o baterista faltou e o show não aconteceu. Por acaso eu estava no local e me chamaram para participar do grupo.

A formação sempre se manteve a mesma ou sofreu alterações?
Marquinhos - Eu mesmo já saí da banda duas vezes (risos). Fui substituído por dois grandes amigos, Paulo Toscano e Daniel Pessoa.

Como se davam a composição das músicas e porque em inglês?
Marquinhos - Cantar em inglês era bem natural nos anos 90, antes do advento Los Hermanos; as bandas que a gente escutava eram inglesas ou americanas. Como disse, era natural.

As primeiras músicas foram compostas pelo Evison, com letra do Mario. Futuramente Mario aprendeu a tocar guitarra e começou a compor as músicas também. Os estilos dos dois eram bem diferentes, se ouvir direito dá para notar. Depois eles começaram a compor juntos e foi maravilhoso. A parte de arranjos ficava por conta de toda a banda e isso sempre foi bem fácil. Era muito legal tocar com eles, "descomplicado".

Como se deu o processo da produção e gravação da primeira demo em 1995?
Marquinhos - Nós já tínhamos umas dez músicas e todo mundo estava lançando demos, então nós tínhamos que lançar a nossa...(risos). Tinha uma pessoa em Fortaleza que tinha um mini-estúdio com uma mesa de som "Tascam" de quatro canais, na época era o que podíamos pagar. A galera do som já tinha gravado duas demos do Velouria, então acabamos gravando lá.

Eu particularmente gosto da demo, é honesta; a gente tinha entre 16 e 17 anos na época e não tinha bons instrumentos; não dava pra fazer melhor que aquilo.

Em 1996 o primeiro CD, "No More Dancing Days", foi lançado em parceria com a Velouria. Como foi o marco desse momento na história da "Dead Poets"?
Marquinhos - Foi uma loucura, desde as primeiras reuniões. Rifamos um vídeo cassete, pedimos grana para família, juntamos tudo que a gente tinha ganho em shows e assim foi viabilizado o projeto.

A gravação foi outra loucura. O estúdio era novo, meio "trash" e nada saiu como o esperado; eu, particularmente, tive vários problemas com a gravação da bateria. Pra se ter ideia  quando acabamos de gravar, descobri que a gravação da caixa da bateria não tinha prestado, acabei tendo que gravar as caixas separado, foi um estresse.

Mas valeu a pena, no show de lançamento estava todo mundo muito feliz.

Em 1998 a banda encerrou as atividades voltando cinco anos mais tarde. Como fosse esse hiato? O que mudou na banda? O que seria diferente a partir de então?
Marquinhos - Eu já tinha saído desde 1997 e não peguei esse "fim" da banda, mas acho que foi tranquilo para todo mundo. A gente já estava na faculdade, já tinha mais de 18 anos e muita coisa tinha mudado.

Eu, o Evison (guitarra) e o Davi (baixo), acabamos entrando no Mr. Spaceman, banda do Regis Damasceno (Cidadão Instigado) e foi uma época muito bacana. Também nessa época eu comecei a trabalhar como Dj, minha profissão até hoje.

Com relação ao que mudou depois desses cinco anos, pra mim, a melhor definição foi a mesma concedida pelo Robério (Dago Red) depois que viu nosso primeiro show depois do retorno da banda: "Cara, não estou entendendo! Naquela época vocês eram adolescentes, com jeito de punk e tocavam um som todo bonitinho. Agora depois de mais velhos, vocês voltam tocando umas músicas bem mais pesadas, mais distorcidas, mais tensas! Como assim!?" (risos).

Em 2004 o EP "Stop You Heart" foi lançado com cinco canções inéditas inclusive "Home", que oficialmente em 2005 foi lançado o videoclipe para essa música. Como se deu a produção e gravação do videoclipe?
Marquinhos - Isso não posso responder porque já tinha saído da banda novamente (risos) por conta do meu trabalho como Dj.

Na época fiquei chateado com "os caras" por não terem me chamado pra gravar o EP, já que eu tinha participado da concepção de todas as músicas, mas depois passou.

Eu adoro o EP.

Em 2005 a banda encerrou as atividades. Será que mesmo com essa pausa ou término, a banda ainda almejou retornar as atividades?
Marquinhos - A gente conversa de vez em quando sobre fazer um show, mas é meio complicado. Hoje o Mario mora no Rio.

Do que vocês mais sentem saudades?
Marquinhos - Nunca gostei muito de fazer shows. Sinto saudades de ensaiar; era muito bom tocar no Dead Poets, principalmente tocar com o Davi Barrosum baixista fantástico.

Mandem uma mensagem para os seus admiradores.
Marquinhos - Façam músicas. Componham. Gravem. Façam shows, mesmo não gostando (risos).

Links:
- Trama Virtual

Agradecimentos:
Discotecário Marquinhos

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Um comentário:

  1. Primeiro Marquinhos foi apreciador e colecionador, depois músico, depois DJ e produtor. Em breve será historiador do Rock cearense! Muito massa!

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